quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Diabetes mellitus

UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS – UNIPAC

CURSO DE FARMÁCIA

FISIOLOGIA HUMANA

PROF. CLÁUDIA LANNA

04 NOV. 2009

DIABETES MELLITUS

DANIEL DE ANDRADE

RESUMO

Diabetes mellitus é uma doença crônica que envolve o processo metabólico da glicose e resulta na incapacidade do pâncreas em secretar insulina (hormônio responsável pela regulação da glicemia). A pessoa diabética torna-se, então, incapaz de utilizar a glicose para energia, ocasioando uma deficiência nutricional, que pode levar à perda de peso e ao enfraquecimento. Este estudo esclarece o distúrbio metabólico e as diversas formas clínicas apresentada (Tipo I, Tipo II e Gestacional), enfatizando a fisiopatologia da doença. Serão discutidos ainda possíveis complicações causadas pela diabetes que podem ser agudas ou crônicas e os principais cuidados para evitar essas complicações. O desenvolvimento do trabalho visa, por fim, unir informações importantes e necessárias para melhor compreender uma das doenças mais antigas do conhecimento humano e que tem a sua prevalência crescendo significativamente nos ultimos anos.

Palavras-chave: Diabetes. Distúrbio metabólico. Fisiopatologia. Complicações.

1 INTRODUÇÃO

O aumento da concentração de glicose no sangue estimula a produção do hormônio insulina. A insulina, por sua vez, é produzida no pâncreas (glândula do sistema digestivo e endócrino), mais especificamente nas ilhotas de Langerhans, e secretada pelas células beta com função de controlar o nível de glicose no sangue regulando sua produção e armazenamento.

Quando o aumento da glicose no sangue resulta da deficiência da produção de insulina ou da insensibildade de seus receptores, diminui a ingressão de glicose nas células, ocasionando um grupo de doenças metabólicas denominada Diabetes Mellitus (DM).

O DM pode ser classificado conforme suas diversas formas clínicas em Diabetes Mellitus tipo I, Diabetes Mellitus tipo II, Diabetes Gestacional, ou Diabetes Mellitus associada a outras condições.

O diabetes é uma doença crônica que, quando devidamente tratada, proporciona qualidade de vida normal ao paciente. Por outro lado, quando não tratada adequadamente, o paciente portador tende a manter a taxa de glicemia permanentemente elevada, facilitando as complicações degenerativas.

A hiperglicemia altera a função das proteínas que capturam a glicose para fornecer energia, favorecendo e facilitando dano degenerativo dos tecidos. Uma vez que a glicemia permanece elevada, pode danificar os vasos arteriais e os nervos, podendo então atingir e danificar todo e qualquer órgão.

As possíveis complicações geradas pelo DM podem ser classificadas em agudas ou crônicas, que vão desde cetoacidose diabética à AVC (Acidente Vascular Cerebral), incluindo, dentre outros, cegueira e infarto.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, é necessário que o paciente portador adote medidas para manter a doença sob controle e reduzir ao máximo o risco de desenvolver complicações, fazendo dieta, atividade física e o uso terapeutico adequado da insulina, quando indicada.

O presente estudo foi elaborado com a finalidade de promover a adesão de informações sobre o DM objetivando uma melhor compreensão e uma visão ampla e objetiva da doença.

2 DIABETES MELLITUS

Segundo Aires (1999, p. 850), “A insuficiência da insulina produz o quadro do diabetes mellitus que, não tratado, pode levar o animal ou o homem ao coma e à morte.”.

A Diabetes resulta da incapacidade do organismo de utilizar os nutrientes (derivados dos carboidratos, proteínas e gorduras), provenientes da digestão dos alimentos, para produzir energia e mover o corpo ou armazená-los nos órgãos de estoque (fígado, músculos e células gordurosas) que “guardam” esses nutrientes. (NORWOOD &INLANDER 1999, p. 17).

Quando o organismo torna-se incapaz de transformar toda a glicose proveniente dos alimentos, devido a uma insuficiência ou deficiência da insulina, tende a elevar os níveis de açúcar no sangue. Isso acontece, pois, de acordo com Aires (1999, p.850), “A falta de insulina leva a uma exacerbação de processos catabólicos no organismo, envolvendo carboidratos, gorduras e proteínas”. Essa hiperglicemia caracteriza uma doença crônica, denominada diabetes.

2.1 FISIOPATOLOGIA

Para que os níveis de glicose no sangue sejam mantidos na faixa de normalidade é necessário que haja um equilíbrio entre os hormônios hiperglicêmicos (glucagon) e hipoglicêmicos (insulina).

Guyton e Hall (1998, p. 562) expõem que “[...] qualquer elevação da glicose sanguínea aumenta a secreção de insulina e esta, por sua vez, ocasiona o transporte de glicose para as células hepáticas, musculares e outras, trazendo assim a concentração sanguínea de glicose de volta ao valor normal”.

Por outro lado, a queda da glicemia é o principal estímulo metabólico para que o glucagon seja secretado. A sua síntese diminui com o aumento tanto da glicose como da insulina devido à repressão da transcrição gênica na célula alfa do pâncreas (AIRES, 1999, p. 851).

Uma diminuição da secreção de insulina associada à um aumento da secreção de glucagon propicia distúrbios metabólicos de intensidade variável. Sendo este, o mecanismo fisiopatológico fudamental do diabetes mellitus.

2.2 DIABETES MELLITUS TIPO I

No diabetes melito tipo I, também conhecida como diabetes dependente de insulina, as células pancreáticas beta secretam muito pouca insulina em resposta à elevação da glicose sanguínea. Na ausência de insulina as células musculares e adiposas têm de depender da lenta difusão da glicose. Como o transporte de glicose para dentro dessas células é a etapa limitante do metabolismo da glicose, as células musculares e adiposas têm comprometida sua capacidade de metabolizar glicose. Consequentemente, no diabetes tipo I, essas células devem voltar-se para outros combustíveis, como as gorduras, para satisfazer suas necessidades de energia (BERNE; LEVY, 2000, p. 17).

O diabetes mellitus tipo I é proveniente da produção inadequada de anticorpos contra as células beta do pâncreas, ou de causa idiopática. Consequentemente, pode ocorrer a destruição dessas células e ocasionar uma deficiência absoluta na produção de insulina, em que o paciente, desde então, torna-se dependente da administração freqüente de insulina por via subcutânea. Esse tipo de diabetes tem seu inicio normalmente na infância ou adolescência.

2.3 DIABETES MELLITUS TIPO II

A doença do tipo II ou diabetes não-insulino-dependente está associada à insuficiência relativa com resistência periférica à ação da insulina (AIRES, 1999, p.850). O que ocorre é uma diminuição na resposta dos receptores de glicose à insulina. A produção de insulina pelo pâncreas torna-se insuficiente e a glicose é absorvida com mais dificuldade.

Este tipo de diabetes é, normalmente, desenvolvido na idade adulta e, conforme afirma Aires (1999, p. 850) “[...] é o que geralmente ocorre em pacientes obesos, que apresentam, além da hiperglicemia, também hiperinsulinemia”.

O paciente portador de DM tipo II deve manter um tratamento a base de dietas com o intuito de normalizar os níveis de açúcar do sangue.

2.4 DIABETES MELLITUS GESTACIONAL

DM do tipo gestacional desenvolve-se na mulher durante a gestação e pode ser temporária, mas se não tratada pode trazer danos prejudiciais a gravidez.

De acordo com Berne e Levy (2000, p.953) “[...] Os altos níveis plasmáticos de glicose, causados pela resistência excessiva à insulina materna, são transmitidos ao feto, onde irão estimular a liberação excessiva de insulina e induzir suas ações anabólicas [...]”.

Após o desenvolvimento de diabetes mellitus gestacional a paciente, mesmo após tratar e retomar aos níveis glicêmicos normalizados, torna-se propícia ao desenvolvimento de diabetes mellitus tipo II.

2.5 OUTROS TIPOS

De baixa incidência, o diabetes mellitus pode ocorrer ainda por interferência de vários outros fatores como: defeito genético nas células beta ou na ação da insulina, doenças do pâncreas ou endócrinas, induzida por drogas ou agentes químicos e, às vezes, associado à síndromes genéticas. Esses fatores são capazes de interferir na produção ou nos efeitos da insulina levando ao aumento da glicose (MSD, 2009).

2.6 COMPLICAÇÕES

“A doença diabética representa uma condição que expõe seus portadores a um complexo de complicações que vão desde a cetoacidose grave até AVC (Acidente Vascular Cerebral), e inclui cegueira e IAM (Infarto Agudo do Miocárdio), dentre outros” (MEDICINA AVANÇADA DRA. SHIRLEY DE CAMPOS, 2009)

2.6.1 Agudas

A hipoglicemia (diminuição dos níveis de glicose no sangue) e a hiperglicemia (aumento dos níveis de glicose no sangue) são as principais características das complicações de fase aguda. Esses dois fatores podem desencadear conseqüências como cetoacidose, coma diabético e amputação.

2.6.2 Crônicas

Quando não tratado, o diabetes pode causar problemas ao longo do tempo como doenças arteriais e do coração, turvação visual ou cegueira, dormências e ferimentos nos pés, derrame cerebral e amuputações.

2.7 TRATAMENTO

[...] A adesão ao tratamento em pacientes crônicos representa a extensão no qual o comportamento da pessoa coincide com o aconselhamento dado pelo profissional de saúde, contemplando três estágios: 1) concordância, no qual o indivíduo, inicialmente, concorda com o tratamento, seguindo as recomendações dadas pelos profissionais da saúde. Existe, freqüentemente, uma boa supervisão, assim como uma elevada eficácia do tratamento; 2) adesão, fase de transição entre os cuidados prestados pelos profissionais de saúde e o autocuidado, no qual, com uma vigilância limitada, o doente continua com o seu tratamento, o que implica uma grande participação e controle da sua parte; 3) manutenção, quando, já sem vigilância (ou vigilância limitada), o doente incorpora o tratamento no seu estilo de vida, possuindo um determinado nível de autocontrole sobre os novos comportamentos ( ASSUNCAO; URSINE, 2009).

O paciente deve, primeiramente, educar-se à novos hábitos que objetivarão a normalizar os níveis de glicose no sangue. Praticar exercícios físicos, manter uma dieta balanceada e monitorar frequentemente dos níveis de glicose são tratamentos fundamentais para evitar complicações, uma vez que o diabetes é uma doença crônica que não possibilita cura.

Para Guyton e Hall (1998, p. 564), “ A teoria do tratamento do diabetes melito se baseia na administração de insulina suficiente para possibilitar que o metabolismo de carboidratos, lipídeos e proteínas fique tão próximas do normal quanto possível [...]”.

3 CONCLUSÃO

Após o estudo e desenvolvimento do tema abordado no presente artigo é satisfatório a compreensão e a união de informações aderentes para o conhecimento prévio e disseminado sobre diabetes mellitus.

É de suma importância recordar que o diabetes mellitus é uma doença crônica provocada por um desequilíbrio hormonal relacionado ao pâncreas, com causas variáveis e caracterizando-se, principalmente, pelo aumento da concentração de glicose no sangue. O tratamento basea-se no acompanhamento da dieta, na prática de exercícios físico e, na maioria dos casos, na administração de insulina via subcutânea. Quando não tratada, o DM pode levar ao desenvolvimento de complicações.

Diante das informações adquiridas, o trabalho alcançou seu objetivo primordial com satisfação. Um estudo ainda mais aprofundado sobre diabetes mellitus pode ser realizado.

4 REFERÊNCIAS

AIRES, Margarida M. Fisiologia. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan S. A., 1999.

ASSUNCAO, Thaís Silva; URSINE, Príscila Guedes Santana. Estudo de fatores associados à adesão ao tratamento não farmacológico em portadores de diabetes mellitus assistidos pelo Programa Saúde da Família, Ventosa, Belo Horizonte. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro, 2009 . Disponível em . acessos em 02 nov. 2009. doi: 10.1590/S1413-81232008000900024.

BERNE, Robert M.; LEVY, Matthew N. Fisiologia. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan S. A., 2000.

GUYTON, Arthur C.FILHO. Fisiologia Humana. 6. ed. Rio de janeiro: Guanabara Koogan S. A., 1988.

GUYTON, Arthur C.; HALL, John E. Fisiologia Humana e Mecanismos das Doenças. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan S. A., 1998.

MEDICINA AVANÇADA DRA. SHIRLEY DE CAMPOS. Disponível em <http://www.drashirleydecampos.com.br/noticias/5774>. Acesso em 2 Nov. 2009, às 22h35min.

MSD. Disponível em: <http://www.msd-brazil.com/msdbrazil/patients/manual_Merck/mm_sec13_147.html>. Acesso em 4 Nov. 2009, às 00h52min.

NORWOOD, Janet W. & INLANDER,Charles B. Diagnostico: Diabetes. In NORWOOD, Janet W. & INLANDER ,Charles B. Entendendo a Diabetes. São Paulo: Julio Louzada, 2000.

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