quinta-feira, 5 de novembro de 2009

ENDOMETRIOSE: UMA IMPORTANTE CAUSA DE INFERTILIDADE EM MULHERES

*DUARTE, K.S. * MORAES, R.A.
**GONÇALVES, T.L.
***LANA, C.
*Aluno do curso de Biomedicina da UNIPAC – campus Ipatinga
**Orientador do trabalho e docente da UNIPAC – campus Ipatinga
***Docente da disciplina de fisiologia do curso de Biomedicina

A endometriose é uma doença ginecológica de natureza progressiva, caracterizada pela presença de tecido endometrial de caráter benigno fora da cavidade uterina que acomete as mulheres em idade reprodutiva. Existem três tipos diferentes de endometriose: Endometriose Ovariana, caracterizada por cistos ovarianos com presença de sangue, a Endometriose Peritoneal, onde partes do endométrio estão presentes na parede pélvica e no peritônio, e a Endometriose Profunda que acomete o reto sigmóide, retro cervical, septo reto vaginal, ligamentos útero-sacros e intestino.


Há diversas teorias sobre as causas da endometriose, a principal delas é que durante a menstruação as células da camada interna do útero são enviadas pelas trompas para dentro do abdômen. Outro fator relevante para o surgimento da endometriose é o número de menstruações, atualmente a mulher menstrua em média 400 vezes na vida, enquanto no começo do século passado mentruava apenas 40 vezes, pois a primeira mentruação ocorria mais tarde e ela engravidava mais cedo e passava longos períodos amamentando. Alguns especialistas sugerem ser uma doença hereditária, outros dizem ser uma doença do sistema imunológico, há também hipóteses em que o estresse e a ansiedade contribuem para o desenvolvimento da endometriose.

Os principais sintomas são dor e infertilidade sendo que, aproximadamente 20% das mulheres apresentam apenas dor, 60% apresentam dor e infertilidade e 20% apenas infertilidade. Existem alguns fatores que podem explicar a infertilidade causada pela endometriose, o mais comum é a formação de tecidos aderenciais, decorrentes de processos inflamatórios provocados pelo sangramento interno, esses tecidos aderenciais originados do endométrio se instalam em volta de estruturas importantes, como tubas uterinas e ovários.

O diagnóstico baseia-se no exame físico e nos exames complementares, como a ultra-sonografia, ultra-sonografia transvaginal tridimensional, tomografia computadorizada, ressonância magnética, laparoscopia e dosagem de marcadores como o CA-125 e proteína C reativa.

A endometriose ainda não possui cura definitiva, mas possui tratamento especializado para aliviar a dor e os sintomas, limitar a progressão da doença, preservar a fertilidade e evitar a recorrência da doença. O tratamento pode ser cirúrgico como a laparoscopia que é definida como um exame endoscópico da cavidade abdominal através de uma pequena incisão na parede do abdômem, e pode ser clínico através do uso de anticoncepcionais orais (ACO), progestagênio sintético ou análogos de GnRH. Para o tratamento da infertilidade associada, as pacientes podem ser submetidas a técnicas de reprodução assistida como inseminação intra-uterina (IUI) ou fertilização in vitro (FIV).

É importante esclarecer que a endometriose não é sinônimo de infertilidade, há mulheres que desenvolvem a doença e engravidam normalmente e outras que podem apresentar dificuldades, com diferentes graus de intensidade. Para garantir um tratamento mais eficaz, é muito importante que a mulher consulte regularmente o médico ginecologista para diagnosticar a endometriose precocemente.

REFERÊCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MENICHINI, U., & Rasore, E. (2001). Aspetti psicosomatici dell'endometriosi. Médicine. Psicossomatique, 46,109 – 119

OLIVEIRA JT de. Aspectos comportamentais das síndromes de dor crônica. Arq Neuro-Psiquiatr. 2000;58:360-5.

Nenhum comentário:

Postar um comentário