segunda-feira, 2 de novembro de 2009

EFEITOS METABÓLICOS E BIOQUÍMICOS DO ETANOL NO ORGANISMO

*GABRIEL, LORENA DE PAULA; *SOUZA, SUZANA CRISTINA
**LANA , CLÁUDIA SILVA.



*Alunas do curso de Biomedicina da Universidade Presidente Antônio Carlos - Campus Ipatinga
**Professora do curso de Biomedicina da Universidade Presidente Antônio Carlos - Campus Ipatinga

RESUMO


A produção de álcool etílico (etanol) por processos de fermentação é um procedimento antigo, utilizado por todos os povos há vários anos. De acordo com todos os tipos de álcool existentes, o etanol é o único que o organismo humano suporta, e a freqüência e quantidade com que é ingerido são as principais causas do alcoolismo, responsável por sérios problemas sociais no mundo. O uso excessivo do etanol também pode causar dependência, danos no organismo, principalmente hepáticos e pode levar um individuo ao estado de coma.
Palavras-chave: Metabolismo do álcool, alcoolismo.

INTRODUÇÃO


O álcool é obtido de várias formas diferentes tais como: na fermentação e destilação de frutas e alguns grãos (onde se originam as bebidas alcoólicas), combustíveis fósseis (obtendo óleo e gás natural) e na união de hidrogênio e monóxido de carbono (formando o metanol). Nosso organismo não o produz, e a sua metabolização é feita através do fígado. Durante este processo, o álcool é transformado em acetaldeído, e em seguida em acetato. A capacidade do corpo de metabolizar e elimina-lo estão relacionados com o sexo, o peso e a idade, portanto temos a capacidade de metabolizar apenas uma unidade de álcool por hora, o que equivale a um copo de cerveja.
O etanol produzido a partir de fermentação de leveduras, açúcares e cereais, possuem no seu fermento enzimas de levedura que transformam açúcar em álcool, sendo o responsável pelas reações de transformação de glicose a etanol.
A bebida alcoólica é consumida por via oral, e atualmente na sociedade há um grande estímulo o seu consumo. Independente disso é importante conscientizar a população em relação aos perigos que acarreta para quem a consome. O álcool compromete partes do cérebro responsáveis pela memória, aprendizagem, motivação e autocontrole. É considerada uma droga depressora, ou seja, causa efeitos semelhantes aos da depressão.

METABOLISMO DO ETANOL


O principal local de degradação do etanol é o fígado, onde a enzima álcool desidrogenase (ADH), transforma o etanol em etanal (alcetaideído) que é oxidado maia adiante em acetato pela enzima aldeído desidrogenase (ALDH). O acetato é então convertido a acetil-CoA pela acetate-CoA Ligase em uma reação dependente de ATP. A produção de acetil-CoA constitui a ligação entre degradação do etanol e metabolismo de intermediário. (COLOR ATLAS OF BIOCHEMISTRY, JAN KOOLMAN and Editora THEIME 02/2004).
O álcool é uma fonte de energia diferente de todas outras, pois não pode ser estocado no organismo. Como uma substância tóxica, deve ser eliminada imediatamente. Assim, o álcool tem prioridade no metabolismo, alterando outras vias metabólicas, incluindo a oxidação lipídica, o que favorece o estoque de gorduras no organismo, que se depositam preferencialmente na área abdominal. A participação calórica do álcool depende de sua forma de metabolização. A principal e mais usual via de metabolização do álcool é aquela que envolve a enzima álcool desidrogenase (ADH), cuja função é oxidação do etanol em acetaldeído.

ASPECTOS BIOQUÍMICOS DA INGESTÃO DO ÁLCOOL


Quando ingerimos bebidas alcoólicas, o etanol é levado a área digestiva por difusão, sendo cerca de 75 % é absorvido pelo intestino delgado, e cerca de 20 % absorvida pelo estômago, para depois ser metabolizada no fígado. A distribuição do etanol é rápida e uniforme, atingindo em cerca de cinco a dez minutos após a sua ingestão a corrente sangüínea, sendo que somente 2% do total absorvido é excretado no ar expirado, saliva, suor e urina. A taxa de absorção é influenciada por muitos fatores diferentes, por exemplo, o limite diário para um homem saudável é aproximadamente 60 g, o que equivale a quatro latas de cerveja, e para mulher aproximadamente 50g, o que equivale a três latas de cerveja, considerando uma ingestão diária regular de etanol. Estes valores dependem do peso da pessoa, da saúde e do uso de medicamentos. Pessoas com peso corporal elevado e de maior idade usualmente possuem menor quantidade de água no corpo, de forma que a difusão nos tecidos é mais lenta e a concentração no sangue tende a ser mais alta. Por outro lado, a ingestão de bebidas junto com alimentos diminui a velocidade de absorção do etanol, enquanto que a combinação álcool-medicamento pode provocar interações bastante danosas, dependendo da substância envolvida.
Vários estudos indicam que diferenças bioquímicas causadas pela ingestão constante de álcool ou que a concentração de enzimas específicas em homens e mulheres podem contribuir para pequenas diferenças na concentração de álcool no sangue em um determinado momento após sua ingestão.
No fígado, os níveis altos de NADH e Acetyl-CoA, que são resultado do metabolismo de etanol, inibem atividade do ciclo do ácido cítrico e cetogenese, considerando que eles mostram um efeito estimulador na síntese de gorduras neural e colesterol. Ocorre então um armazenamento de lipídeos no fígado. Este aumento no conteúdo gorduroso do fígado (de menos que 5% para mais que 50% do peso seco) é normalmente reversível. (COLOR ATLAS OF BIOCHEMISTRY, JAN KOOLMAN and Editora THEIME 02/2004).

EFEITOS DO ÁLCOOL NO ORGANISMO


Intoxicações são substancias que causam riscos ao organismo em quantidades acima do tolerável. A intensidade dos sintomas da intoxicação tem relação direta com a alcoolemia que informa a quantidade de álcool no sangue, de acordo com quatro fatores: a quantidade, o tipo de bebida ingerida, seu peso e o tempo de consumo.
A ingestão de álcool provoca diversos efeitos, que aparecem em duas fases distintas: uma estimulante e outra depressora. Nos primeiros momentos após a ingestão do mesmo, podem aparecer efeitos como euforia e desinibição. Com o passar do tempo, começam a aparecer os efeitos depressores como falta de coordenação motora, descontrole e sono. Quando o consumo é exagerado, o efeito depressor fica mais intenso. Os efeitos do álcool variam de intensidade de acordo com as características pessoais. Uma pessoa que é acostumada a ingerir uma quantidade muito grande de bebidas alcoólicas sentira um efeito menor de outra que não está acostumada a beber.
O Álcool é queimado pelas células do corpo, principalmente pelo fígado, servindo para produzir energia. Portanto, quando consumido ocasionalmente e em quantidades moderadas, seu nível no sangue aumenta pouco, não acarretando grandes problemas ao organismo. O perigo será menor se o consumo for principalmente de bebidas fermentadas, como cerveja ou vinho, de baixo teor alcoólico. As bebidas destiladas, como a cachaça, uísque, gim, vodca, e conhaque possuem um teor alcoólico bem mais alto, sendo mais prejudicial ao organismo (ALENCAR, Paula. Agosto 18, 2008).

COMPLICAÇÕES CLÍNICAS


Por longo período e doses consideráveis o álcool torna-se tóxico para diversos órgãos do organismo, causando úlceras, hepatite tóxicas, eteatose, lesões cerebrais, demência, em relação ao sistema nervoso, os sintomas mais freqüentes são o tremor e a polineurite. No aparelho digestivo, além da falta de apetite, podem ocorrer gastrite e cirrose hepática, podendo levar ao coma e à morte. No coração pode se observar uma degeneração adiposa, que pode ser curada com a abstinência do etanol, mas ressurge após o uso abusivo do álcool.

TRATAMENTO


O tratamento deve ser voluntário para se obter os melhores resultados.
A primeira fase do tratamento, podendo ser chamada de não farmacológica, consiste na desintoxicação, que deve ser composto por um exame completo no sentido de investigar os fatores da causa, sejam eles sociais, psicológicos ou biológicos.
Após a desintoxicação há necessidade de tratamento farmacológico, que consiste em ministrar por meio de remédios específicos, como é o caso dos medicamentos Flumazeni e Naloxone, podendo surgir resultados satisfatórios.

CONCLUSÃO


O uso excessivo e freqüente do etanol pode provocar danos no organismo ao longo dos anos do seu consumo, podendo até originar a dependência alcoólica. Sendo difícil aceitar a doença sendo dependente, as conseqüências são piores do que aos problemas hepáticos e de outros órgãos que sofrem com a ação do álcool, podendo levar até a morte.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


BIOCHEMISTRY, Color Atlas ; KOOLMAN, Jan ; Metabolismo do etanol ; Fevereiro de 2004.
(http://www.ucs.br/ccet/defq/naeq/material_didatico/textos_interativos_06.htm) Acesso em 29 Outubro.

ALENCAR, Paula ; Efeitos do álcool no organismo ; Agosto de 2008.(http://www.formosaportal.com.br/artigos/saude/efeitos-do-alcool-no-organismo) Acesso em 25 de Outubro.

Livro Nutrição Esportiva / Ronald J. Maughan e Louise M. Burke; trad. Denise Regina de Sales ; Metabolismo do álcool ;Porto Alegre: Artmed, 2004.

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